Confusa, trazia o passado atado a si.
Vestida de azul. Azul ilusão.
Simplesmente presente, prudente,
Cautela de quem não quer se ferir.
Azul arrastão, azul fantasia, se ria
Daquele que nada lhe parecia ser,
Presa-Liberta, paradoxal chega
De mansinho, sem nem perceber.
E as mãos se entrelaçam novamente
E há risos e dores, torrentes
E histórias de pratos saborosos.
E o sono invade lentamente,
São filmes deixados de lado,
Fragmentos diários, repentes.
Este Blog mais que um espaço é uma realização pessoal. Nele escreverei sobre Poesias, Direito e Política. Poesias minhas e de autores que gosto. O Direito de nosso país. A Política como elemento de transformação social. Espero amigos, não amigos e inimigos, caso existam, todos críticos por natureza. Desejo suas críticas. Aqui estou e sou. Bem vindos!
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Zurzindo crença II
Todo dia minto. Para sobreviver, minto.
Minto a continuidade da existência sem seus cabelos molhados, escuros e encaracolados.
Minto a razão das coisas sem sua camiseta velha da Minnie em par com minhas golas canoas feitas à tesoura de casa.
Anos se passaram, finjo ver seu sorriso infantil. Adorável:
– Paaaaara!!!
– De que?
– De ficar me olhando assim.
– Assim como?
– Assim desse jeito, com essa cara de bobo, fixamente.
– Não consigo.
Simplesmente não consigo ainda. Até hoje.
Quantas vezes, daquele seu sonzinho prata (que você comprou com seu primeiro salário), Beatles, Maria Bethânia, Nana Caymmi e outros testemunharam nosso cortejo? Dançávamos e ríamos na minúscula sala, fria, de paredes descascadas e móveis baratos, alguns doados, que ornavam nosso salão festivo na ilusão do momento, nossa dança de amor.
Quanto chamei por você, quanto medo tive?
Quantas chamei de você?
Quanto orei, cantei, supliquei por você?
Colecionando juras, sigo. Jurando em vão.
Tudo em vão.
Pecador contumaz não tem perdão.
Minto a continuidade da existência sem seus cabelos molhados, escuros e encaracolados.
Minto a razão das coisas sem sua camiseta velha da Minnie em par com minhas golas canoas feitas à tesoura de casa.
Anos se passaram, finjo ver seu sorriso infantil. Adorável:
– Paaaaara!!!
– De que?
– De ficar me olhando assim.
– Assim como?
– Assim desse jeito, com essa cara de bobo, fixamente.
– Não consigo.
Simplesmente não consigo ainda. Até hoje.
Quantas vezes, daquele seu sonzinho prata (que você comprou com seu primeiro salário), Beatles, Maria Bethânia, Nana Caymmi e outros testemunharam nosso cortejo? Dançávamos e ríamos na minúscula sala, fria, de paredes descascadas e móveis baratos, alguns doados, que ornavam nosso salão festivo na ilusão do momento, nossa dança de amor.
Quanto chamei por você, quanto medo tive?
Quantas chamei de você?
Quanto orei, cantei, supliquei por você?
Colecionando juras, sigo. Jurando em vão.
Tudo em vão.
Pecador contumaz não tem perdão.
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