O ventre oco ecoa badaladas
Como relógio, que o tempo não controla,
E da ternura ao seio jaz sugada,
Faz-se reclusa a alma que se imola.
Mãe mulher, que a noite acorrenta,
Mãe mulher, que o dia lhe devora,
Frui a dor da tarde em solitude
E a quietude lúgubre de aurora.
Macho, no covil de cobardia, alhures
Fêmea fortaleza se apresenta, alento
Lambe, inda que sangue, sua cria
Desfiando olor de sofrimento,
Encerra trás dos olhos mulher mãe,
Orquestra o destino em sinfonia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário