quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Modelo (In)Comum

Vestida de sorriso flana,
Perdida, em meio a certezas
Plena como vinho que transborda,
Forte qual moral de realeza.

Ora luz, ora graça, a envolvem
Ora fúria letal, profundezas
Sendo fêmea voraz num instante
Alva flor, pura delicadeza.

Felina pelagem negra, sonha
Essencialmente humana, ama
E no íntimo esconde tristezas belas.

Suor em gotas: sua aquarela!
Arfando desejos, unhas e dentes,
Verdades pungentes talhadas nela.

3 comentários:

Samanta Ribeiro disse...

Muito bonito.

Eurípedes Aureliano Júnior disse...

Poema antigo postado.
Também acho bonito, obrigado.

Eurípedes Aureliano Júnior disse...

Gosto especialmente deste poema porque nasceu de um pedido: "faz um poema sobre mim?". Ex esposa de um amigo, estava triste. Pensei em quem ela gostaria de ser e qual conteúdo essa mulher gostaria de ter. Talhei alguém que imaginei, mais uma vez. O reflexo de um ninguém, lugar comum. Ao certo, ficou satisfeita. Ou disse.
Tornamo-nos amigos, nunca mais, às vezes menos. (Uma pessoa com boas intenções, como quase todas que muito erram)
Identidade.
"Não acredite em nada que ouça e somente em metade do que veja."