segunda-feira, 14 de março de 2011

Você

Nascia um menino medroso, o ano era 79,
Ainda sem vestes talares, suas fraldas e berço pobres.
Crescido ora no sul, outrora no centro-oeste,
Dividiu-se entre a cuia e o mundo cão faroeste.

Tantos precoces amigos, mortos imoralmente
Perdidos e sem amor, tomados inconsequentes.
Tantas mulheres amadas, vaidade que o tempo escoa,
Quantas decisões tomadas, vida demente que voa.

Embriagado de furia, abstêmio da insensatez,
Fez da espada guarida: brandí-la não mais convém.
Em terra desguarnecida, vigilância coube-lhe bem.

E segue andarilho em pojos, saltando nos vai e vens,
Por companhia o alforge, lembranças e uns vinténs,
Sabendo que na caminhada, faltar-lhe-á sempre alguém.

2 comentários:

Patricia Menezes disse...

Descrever a própria história de uma forma tão bela não é para qualquer pessoa.
Estou encantada.

Eurípedes Aureliano Júnior disse...

Obrigado Patrícia,
Uma vida simples e só um pedacinho.
Valeu por passar aqui.
Bj